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É uma obsessão compulsiva aquela de te querer, de te procurar. Incessantemente te escrevo e te chamo. Nada sei de ti, e contudo sinto que te conheço desde sempre. Nunca te olhei sequer atentamente, mesmo outrora ter sonhado que fosses de determinada maneira. Hoje isso não importa. Teimas em demorar, não sei se por criar ansiedade e desespero, se simplesmente porque ainda não sabes de mim. Talvez como nem eu sei de ti, mas sei que há de vir. Enquanto espero, entretenho-me. Preparo chá e rosquinhas. Acomodo-os em minha mesa. Aquela que tu há de gostar. Sento-me no sofá, de perna sobreposta. Vou dando mordidas suaves nas rosquinhas que preparei. Mordidas pequenas, pois preparei poucos e quero sobrem para a tua chegada. Acompanho bebendo curtos goles de chá.
Outro dia esteve sol, brilhante e quente. Ontem tudo murchou. Espera ! Não foi ontem! Já faz tempo. Afinal espero-te há já tanto. O chá arrefeceu, as rosquinhas que te guardei , feitas com amor e carinho naquele dia em que decidi esperar-te - endureceram. Emagreci de alma de tanta fome de amor que tenho passado. Que é de ti,minha Mulher ? Que é de teu ser ? Tenho dito, espero só até ás primeiras gotas de chuva de inverno. Apressa-te, ou há de perder o brilho no (meu) olhar.
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